Rádio KIDS

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Irmãos Wright, Santos Dumont e o avião.

O sonho de voar remonta, para o ser humano, desde a pré-história. Muitas lendas,crenças e mitos da antiguidade envolvem ou possuem fatos relacionados com o voo, como a lenda grega de Ícaro. Leonardo da Vinci, entre outros inventores visionários, desenhou um avião, no século XV. Com o primeiro voo feito pelo homem (Jean-François Pilâtre de Rozier e François Laurent d'Arlandes) numa aeronave mais leve que o ar, um balão, o maior desafio tornou-se a criação de uma máquina mais pesada do que o ar, capaz de alçar voo por meios próprios.
Anos de pesquisas por muitas pessoas ávidas do tão sonhado vôo, produziram resultados fracos e lentos, mas contínuos. Em 28 de agosto de 1883, John Joseph Montgomery tornou-se a primeira pessoa a fazer um voo controlado em uma máquina mais pesada do que o ar, em um planador. Outros aviadores que fizeram voos semelhantes naquela época foram Otto Lilienthal, Percy Pilcher e Octave Chanute.
No começo do século XX, o primeiro voo numa máquina mais pesada do que o ar, capaz de gerar a potência e sustentação necessária por si mesmo, foi realizado. Porém, isto é um fato polêmico, já que Santos Dumont é creditado no Brasil como o responsável pelo primeiro vôo num avião, enquanto que na maior parte do mundo, o crédito à invenção do avião é dado aos irmãos Wilbur e Orville Wright de origem norte-americana. O primeiro vôo dos irmãos foi realizado em 17 de dezembro de 1903, em Kitty Hawk. Críticos dos irmãos afirmam que este vôo não teve testemunhas credíveis, dado o isolamento com que haviam sido feitos os testes. Outro fato mencionado é o uso de uma catapulta, para a decolagem da aeronave criada pelos irmãos, o Flyer. Porém, outros especialistas alegam que o importante em um avião é a capacidade de vôo, e que o uso da catapulta não é importante - alegando que caças militares em porta-aviões também fazem uso de catapultas, e mesmo assim, não deixam de ser aviões por causa disso. O que se ignora é o fato de que estes últimos se mantêm voando após catapultados, enquanto que o aparelho dos irmãos Wright caiu após poucos segundos.

Wilbur Wright e Orville Wright. 

Vários especialistas dão a Alberto Santos Dumont o crédito de ter sido a primeira pessoa a realizar um voo numa aeronave mais pesada do que o ar por meios próprios, dado que o Kitty Hawk dos irmãos Wright só deixou de necessitar definitivamente do uso da catapulta em 1908. O vôo de Santos Dumont foi realizado no 14-Bis, em Paris, França. O voo não somente foi bem testemunhado por locais e pela imprensa, como foi verificado por vários aviadores e autoridades. Porém, Santos Dumont é creditado como a primeira pessoa a realizar um vôo em um avião apenas no Brasil, e, em menor escala, na França e em Portugal, sendo isto matéria de debate até hoje.
Santos Dumont.



O 14-BIS


 


Depois de empreender catorze projetos, alguns não tendo apresentado os resultados esperados, além de passar dezenas de horas em voo, Santos Dumont concluiu que os aeróstatos – forma genérica que designava os balões e os dirigíveis – eram lentos demais e, que para vencer a resistência do ar e voar mais depressa, teria que criar um aparelho mais pesado que o ar.
Cauteloso e prudente que era, Santos Dumont não quis levantar vôo, correndo riscos; entretanto, apesar de suas limitações, o balão ainda era o meio de transporte aéreo mais seguro que existia, de modo que o inventor aproveitou esta qualidade num aparelho misto, apenas para fins experimentais. Consistia no conjunto composto pelo dirigível “Nº 14”, ao qual foi atrelado o seu novo engenho, uma aeronave feita de bambu, com ligas, interseções e cantoneiras de alumínio, revestimento de seda japonesa e, com as seguintes medidas: 11,5 metros de envergadura (medida das asas, tomada de uma ponta à outra), 10 metros de comprimento e 290 kg. Este conjunto foi denominado pelos amigos e pessoas que costumavam assistir às experiências de Santos Dumont, de 14-Bis. Ficou estabelecida a manhã do dia 23 de outubro de 1906, para a realização da prova do concurso.
Apenas Santos Dumont se apresentou, juntamente com o seu 14-Bis; porém, como o aeroplano teve problemas de ordem mecânica em seu trem-de-pouso, nos momentos que antecederam a prova; esta foi adiada para a parte da tarde e, até lá, Santos Dumont empreendeu todos os seus esforços nos reparos de seu avião, não parando nem mesmo para almoçar.
Chegada a tarde e, já tendo executado os ajustes necessários, Santos Dumont e o 14-Bis, realizaram o feito. Grande multidão que se encontrava no Campo de Bagatelle, assistiu à conquista do Prêmio Archdeacom, quando o 14-Bis, depois de tomar embalo e percorrer, em vôo, 60 metros a 80 centímetros do solo.
No dia 12 de novembro do mesmo ano o 14-Bis cruzou novamente o céu, com uma distância de 220 metros, erguendo-se à altura de 6 metros. Inaugurando assim, de forma inequívca e definitiva, a Centenária Era da Aviação.




 Fontes:
Postado por: Mateus Zarpelon

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